2021-07-29 – Arcos Voltaicos, para o meu Game Engine, em C/C++…
Uma aproximação ao comportamento da electricidade na vida real, ao criar arcos voltaicos. Cliquem na imagem acima para ver a animação, ou espreitem abaixo.
Aliás, esta imagem deveria chamar-se mais é de “Dies Irae”, pois parece o fim do mundo, chuva forte atrás, e electricidade a fritar tudo o que aparece pelo meio. 😛
Eu usei mais Matemática do que Física, como é óbvio, porque o objectivo não é ter uma simulação que peça um “super computador”, mas sim algo que me permita ter efeitos em tempo real, o mais “aleatórios” possível, sem gastar muito CPU.
Primeiro tive de simular o comportamento da electricidade ao percorrer o ar, para depois mais tarde, simular o comportamento dos relâmpagos, e a forma como desenham imagens lindas nos céus, e criar depois ramos vários, que vão aumentando que nem uma árvore quando em direcção à terra (neste caso “terra” com duplo sentido).
Quando era miúdo e ficava em casa sozinho, fazia experiências, como já devo ter contado nalgum lado. E apesar de me chamarem de “Químico” na Secundária, que era uma das minhas alcunhas a dada altura, porque aprendi a criar todo o tipo de coisas, desde ácidos a explosivos (tenho até na mão uma marca de um ácido que criei na adolescência e que me deixou marcado para sempre num dedo, apesar de mal se ver). Era um jovem meio irresponsável, mas nunca rebentei com nada de especial, sempre tive cuidados. Os meus pais não faziam ideia. 🙂
Mas não era só em Química, também fiz de Electricidade, Física, etc. Mas coisas super limitadas.
Quando andava na preparatória sentia-me mega frustrado porque quis criar um laser a gás, e não arranjava forma de o fazer, tentei, tentei, e tudo falhava.
Mas na Electricidade as coisas eram mais fáceis.
Tenho algures guardado um circuito que me criava um arco voltaico de uns 10.000V, foi assim que aprendi que 10.000V de voltagem já criavam um arco voltaico de perto de 1cm por vezes, criado com bobines invertidas, alguns condensadores e resistências, etc. Mas era giro, pois fiz um que me cabia na palma da mão, e eu sem ninguém reparar de noite na rua, raspava numa superfície metálica, e parecia um “Iron Man” a fazer faísca com as mãos numa viga de aço, e ficava tudo a olhar hehehe. Coisas de miúdo.
Mas não podia fazer mais do que isso. Experiências, a maioria delas frustradas, e até me lembro de ter sido eu a queimar o meu primeiro computador, um ZX Spectrum 48K, e é por isso que não o tenho já, a minha mãe na altura deitou-mo fora. Foi o preço a pagar pela aprendizagem.
Agora com computadores, posso fazer todo o tipo de simulações, é uma maravilha, sem perigos.
E posso dizer-vos que os arcos dos relâmpagos, têm largos milhões de volts, pois são necessários x volts por cada espaço que percorrem no ar, aquilo tem muita voltagem mesmo (atenção que pode ser mais fácil morrerem com 220 volts apenas e mais amperagem, do que levarem com um raio na cabeça).
E isto faz-me lembrar esses tempos, pois agora posso fazer experiências malucas sem colocar ninguém em risco.
E aqui temos arcos voltaicos que assustariam a qualquer pessoa, e que vos fritariam se passassem por eles, aqui, inofensivos e inocentes, e sem colocar ninguém em risco. 🙂
O próximo passo é trabalhar no comportamento do relâmpago em direcção à terra, e das possíveis ramificações que cria no seu caminho.
Mais tarde é fazer a simulação de cores, mais azuladas, da electricidade, como na capa do álbum “Ride The Lightning” dos Metallica que partilhei antes deste post, e depois os clarões, e terei relâmpagos lindos no meio desta calma e tranquila chuva.
Adicionando depois um áudio de chuva a cair, de fundo, e temos algo relaxante, espero eu. E algo realista. 🙂
2021-07-29.